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O Brasil é conhecido mundialmente por suas hidrelétricas, que representam mais de 60% da geração de energia no país. Porém, por conta de fatores aquém da ação do homem, como o clima, não é possível contar sempre com a capacidade total dessa matriz energética. Nos últimos anos, reservatórios operaram com armazenamento abaixo da capacidade. Em janeiro de 2019 as usinas de Furnas (MG) e Sobradinho (BA), por exemplo, não ultrapassaram 35% de sua capacidade, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Esse quadro tem estimulado o crescimento de novas fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, que são apontadas como solução por conta do baixo custo e pouco impacto ambiental. Mas, assim como ocorre com as hidrelétricas, essas matrizes também sofrem variações que independem da vontade do homem.

“Ao analisar a escala anual de geração de energia eólica, observamos que existe uma grande variação de fevereiro, onde são gerados 2 mil MW (MegaWatts), para setembro, quando esse número chega a quase 7 mil MW – tudo pela disponibilidade de vento”, avalia John Ingham, Diretor de Produtos da GE Power.

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Por terem uma produção mais estável, as usinas termelétricas são a alternativa para manter o sistema elétrico do país em equilíbrio.

Antes vistas como fontes de energias mais caras, essas usinas vem mudando graças ao advento de tecnologias como a da turbina a gás 7HA, da GE Power. Considerada uma das mais eficientes do mundo, ela estreia no Brasil na Usina Termoelétrica Porto de Sergipe I, projeto da CELSE-Centrais Elétricas de Sergipe, em construção na cidade de Barra dos Coqueiros, em Sergipe.

As centrais térmicas movidas a gás natural emitem até 90% menos de CO2 na atmosfera que as usinas movidas a óleo diesel ou óleo combustível, além disso, elas são mais eficazes na geração de energia se comparadas às fontes renováveis.

“As usinas termelétricas são fundamentais para colocar energia onde você precisa. No caso do Nordeste, onde o sistema tem carga superior a 10 mil MW, mas a rede eólica sofre variação de até 5 mil MW, ter uma usina como a de Sergipe é estratégico para gerenciar melhor essa variabilidade”, afirma Ingham.

De acordo com ele, a nova usina se difere das demais em operação pelo custo inferior da produção, que cujo valor unitário será de aproximadamente R$ 200 por MWh – em oposição aos quase R$ 1 mil cobrados pelas usinas em operação, cujas plantas, a diesel, foram feitas à época do apagão de 2001.

“O custo do gás natural é muito mais baixo que o do óleo diesel. Menos de 1/3 do preço. E isso tende a cair com a maior disponibilidade de gás do pré-sal”, prevê o especialista da GE, ressaltando a redução do custo ao uso do gás natural por meio de turbinas a gás com alta eficiência, caso da turbina a gás 7HA.

Seu funcionamento ocorre graças à queima do combustível misturado com o ar, cuja mistura resulta em gases quentes responsáveis por movimentar as pás de uma turbina, que aciona um gerador. Além disso, os gases quentes da exaustão ainda geram vapor para acionar uma turbina a vapor, criando mais energia e aumentando a eficiência do sistema, que é superior a 60%.

“Essa é uma transformação quase cultural do Brasil: atrelar ao modelo baseado em hidrelétricas um sistema integrado misto, onde as fontes são utilizadas da melhor maneira possível, reduzindo os custos do sistema”, analisa Ingham.

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