A Universidade Federal de Sergipe conseguiu alcançar o conceito máximo na avaliação de Recredenciamento Institucional realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC). O processo avaliativo, que trouxe para a UFS uma nota 5, aconteceu remotamente entre os dias 5 e 7 de fevereiro, traçando um diagnóstico em torno dos eixos: planejamento e avaliação institucional; desenvolvimento institucional; políticas acadêmicas; políticas de gestão e infraestrutura.
Além de analisar uma série de documentos e relatórios, a comissão fez uma visita virtual à UFS e conduziu também reuniões com representantes da comunidade universitária. O Conceito Institucional é graduado em uma escala que varia de 1 a 5, sendo que os valores iguais ou superiores a 3 indicam qualidade satisfatória.
De acordo com o reitor da UFS, Valter Santana, após a conclusão do processo de recredenciamento, um novo ato autorizativo é publicado por meio de portaria do MEC. “Ficamos extremamente felizes com o resultado da avaliação institucional, que mostra toda uma evolução da Universidade Federal de Sergipe e a organização dos seus processos, para que, mesmo com toda a dificuldade orçamentária, possamos ofertar para a comunidade condições de um ensino de qualidade. Esse resultado do recredenciamento, ele se soma a diversos outros resultados que nos últimos anos têm mostrado a melhoria dos nossos indicadores, o que é o reflexo de um planejamento acertado e do comprometimento da nossa comunidade acadêmica com a qualidade do ensino. É o comprometimento de professores, servidores e alunos engajados no processo de aprendizado”, comemora o reitor.
Procedimentos
O superintendente de Indicadores de Desempenho da UFS, Kleber Oliveira, informa que a etapa do recredenciamento institucional consiste em avaliar uma vasta documentação da universidade, do seu corpo docente e da comunidade acadêmica em geral. “É um grande apanhado que o MEC faz para, de fato, investigar se as universidades têm cumprido o que as normas pregam. E, além de tudo, tem como objetivo maior investigar e avaliar o grau de eficiência de utilização dos recursos públicos. Ao todo, são cinco eixos, com vários indicadores”, explica.
“No eixo 1, denominado Planejamento e Avaliação Institucional, nós tiramos 4.9. Em apenas um indicador, que é a participação da comunidade acadêmica, nós não atingimos o 5. No Desenvolvimento Institucional, que contém sete indicadores, nós obtivemos 5 em todos eles, ou seja, tivemos 100% de aproveitamento no eixo 2. No eixo 3, que são as políticas acadêmicas, são oito indicadores, nós só não obtivemos nota 5 na política de acompanhamento a egresso. O eixo 4, que é a política de gestão, nós obtivemos 100% de aproveitamento. Isso mostra a nossa capacidade, não só de planejamento financeiro, mas de execução orçamentária. Finalmente, no último indicador, que é o eixo 5, que diz respeito à infraestrutura, foram 17 indicadores e a nota desse eixo foi 4”, detalha Kleber.
Considerando todos os eixos, o pró-reitor de Graduação da UFS, Dilton Maynard, afirma que o resultado obtido foi excelente. “A avaliação observou diferentes aspectos e, em todos eles, fomos muito bem. É evidente que temos fragilidades a serem resolvidas. Há aspectos sobre os quais temos nos voltado com afinco para resolver. Porém, penso que tais dificuldades só reforçam a nossa capacidade de realizar muito com pouco, de superar adversidades diversas e promover atividades de ensino, pesquisa e extensão em bom nível”, declara.
“Nosso esforço foi para mostrar o quanto a UFS cresceu desde que obteve o conceito 3, o quanto a instituição avançou nos últimos anos. Um exemplo desse avanço pode ser visto no fato de que, na avaliação anterior, a UFS tinha entre os 12 cursos avaliados no Enade, apenas conceitos 1 e 2. Os dados de 2023 são bem diferentes, com 16 cursos presenciais avaliados com nota máxima, 30 com nota 4 e 34 com conceito 3. Outro fator importante a ser apontado foi o envolvimento da comunidade acadêmica nas reuniões com a comissão do MEC, pois todos os encontros foram considerados muito positivos pelos avaliadores, que elogiaram a presença e a participação intensa nas conversas. A sensação é de dever cumprido e de muita alegria”, complementa o pró-reitor.
Recredenciamento Institucional
Para que uma Instituição de Ensino Superior funcione de forma regular são necessários o credenciamento e o recredenciamento. O recredenciamento institucional é a renovação do ato autorizativo, e é outorgado às instituições de educação superior pelo Ministério da Educação, sendo obtido a partir de um fluxo processual instruído a cada dez anos. O procedimento é composto por diferentes etapas, por meio das quais as instituições apresentam, em formulários específicos, informações a respeito da sua organização administrativa e acadêmica. Essas informações são aferidas durante visita in loco por comissões avaliadoras constituídas pelo INEP para esse fim, utilizando instrumento avaliativo.
A visita da comissão avaliadora culmina em um relatório em que constam aferidas as informações apresentadas pela IES, relacionadas à realidade encontrada durante a visita. É gerado, a partir daí, o Conceito Institucional, graduado em uma escala que varia de 1 a 5, cujos valores iguais ou superiores a 3 indicam qualidade satisfatória. Após a conclusão do processo de Recredenciamento, um novo ato autorizativo é publicado por meio de portaria do MEC.
O processo de avaliação institucional para obtenção do Recredenciamento da Universidade Federal de Sergipe foi iniciado em 2022. A última avaliação da UFS havia sido feita em 2010, com portaria publicada em 2012, quando a instituição recebeu nota 3. À época, a universidade estava em processo de expansão, alargando a fronteira do conhecimento para o interior: Campus de Lagarto (2011) e Campos do Sertão (2014). Já estavam em funcionamento os campi de Itabaiana (2006) e Laranjeiras (2008).
Até o ano de 2010, a UFS era considerada de pequeno porte e, de lá para cá, foi consolidada a sua expansão, aumentaram as opções de cursos de graduação, foram ampliados os programas de pós-graduação e a qualificação docente foi aprimorada, visto que o quadro docente, antes composto por 50% de doutores, passou para quase 90%.
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