Voltou para primeira instância a interpelação judicial deduzida pelo Senador Alessandro Vieira (MDB) contra Valmir de Francisquinho (PL), político itabaianense. No processo, Alessandro Vieira quer que Valmir esclareça uma afirmação feita durante entrevista em abril de 2023.
Segundo o Senador, as declarações feitas por Valmir de Francisquinho “representam alegações dúbias, equívocas e ambíguas, para além de não desvelarem a totalidade de seus destinatários”.
Além disso, ele também aponta que as falas levantaram algumas suspeitas aos ouvintes, como a possibilidade de Alessandro ter trabalhado para deixar Valmir inelegível; o Senador Rogério Carvalho (PT) teria exercido influência sobre magistrados para adequar o resultado do julgamento de Valmir; e os Ministros do Tribunal Superior Eleitoral teriam sido ilicitamente influenciados para a prolação de decisão favorável ao político itabaianense.
Confira a fala completa de Valmir de Francisquinho, julgada nesta interpelação judicial:
“Eu já tava fora, só ia poder ser candidato em 2028, e aí pra mim (sic) me livrar eu declarei apoio ao Rogério, mas foi uma declaração para aquele momento, eu não tenho entendimento político de continuidade de fazer política com o Rogério. A minha linha era não declarar apoio nem a Fábio e nem a Rogério, tá certo? É minha linha porque ambos trabalhou (sic) para me deixar inelegível e me tirar do pleito eleitoral, como todos, como Alessandro, como outras pessoas políticas também, o mesmo discurso eu mantenho. Tá certo? Agora não teve entendimento, não teve nada, então eu tinha que ficar elegível, por que se fosse você, você faria o quê, Fernando? Se dissesse: “Você tem possibilidade de ficar elegível e seu filho voltar para a Assembleia. Você já tá morto, já saiu, terminou o primeiro turno, isso na segunda-feira, terminou a eleição no domingo, na segunda recebi um telefonema. Aí disse: “Você tem possibilidade de ficar elegível e o seu filho voltar para a Assembleia, você quer voltar, declara apoio, a A ou a B, ambos votaram em Lula, tanto um quanto o outro, eu era bolsonarista. A única diferença de Rogério é que Rogério era PT. Todo mundo sabe que eu fiz. Se não eu tava inelegível até 2028.
[…]
No segundo turno, eu não tinha opção: para ficar elegível, eu tinha que declarar apoio à ‘A’ ou a ‘B’. Não tinha alternativa. Escolhi a menos traumática para mim, aqui na região do Agreste. Eu já estava fora, só poderia ser candidato em 2028 e aí, para me livrar, declarei apoio a Rogério, mas foi uma declaração para aquele momento. Não tenho entendimento político de continuidade em fazer política com Rogério, nem com ninguém. Vou continuar fazendo política com o nosso agrupamento.
[…]
Todos os meus adversários queriam me deixar fora do páreo, pois sabiam que nós ganharíamos no primeiro turno. Eu não quero me aprofundar, mas todo mundo sabe os motivos de tudo isso ter acontecido. Foi para me tirar do processo e não deixar Valmir ser governador do Estado. Isso é fato.”
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