A Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) informa que a praia de Atalaia Nova, no município da Barra dos Coqueiros, é a única de Sergipe que está imprópria para o banho.
A Adema diz que o balneário apresenta concentração de coliformes termotolerantes (bactérias de origem fecal e não fecal) acima de 1000 UFC/100mL, limite máximo estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Resolução nº 274/00) como parâmetro.
De acordo com a Adema, estão apropriadas para banho as praias do Jatobá, na Barra dos Coqueiros; do Havaizinho, em frente à Praça de Eventos da Orla; da Atalaia Velha, em frente aos Arcos da Orla; da Bonanza, na região conhecida como Cinelândia, em frente à Passarela do Caranguejo; Banho Doce, Aruana, Robalo, Refúgio e Náufragos (Viral). Também apresentaram condições normais de balneabilidade o ponto da Praia de Pirambu situado nas proximidades da foz do Rio Japaratuba e a Praia do Porto; assim como todas as praias do Litoral Sul analisadas: Caueira, Abaís, Saco e Dunas.
Água viva
Quem frequenta as praias sergipanas nas últimas semanas tem notado o aumento do aparecimento de caravelas e águas-vivas. Esse crescimento súbito em um local é chamado de afloramento de medusas, fenômeno natural que pode estar associado ao aumento da temperatura das águas oceânicas e alterações dos ambientes praianos. Para evitar acidentes, os banhistas precisam estar atentos ao entrar no mar ou caminhar na areia das praias para não serem surpreendidos com queimaduras ao contato com a pele.
Segundo a bióloga da gerência de licenciamento da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Andreia Moura Beltrão, na costa sergipana a incidência das caravelas e águas-vivas é mais comum no período do verão, quando as águas estão mais quentes. Ela disse que as caravelas têm tamanhos variados, mas as que estão aparecendo atualmente na costa de Sergipe são pequenas e em grande quantidade.
“O aumento desses animais neste período indica um possível desequilíbrio ecológico. Estamos no inverno, mas as temperaturas das águas estão mais altas do que o normal, o que ocasiona o surgimento dessas caravelas. Isso sinaliza um desequilíbrio ecológico, provavelmente decorrente do aquecimento global”, afirmou a bióloga.
Cuidados necessários
Com o aumento das águas-vivas e caravelas, os casos de queimaduras também têm se tornado mais frequentes. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE), de abril a junho deste ano foram registrados 157 casos de queimaduras. No mesmo trimestre do ano passado, ocorreram 24 acidentes, um aumento de cerca de 554% no número de casos no litoral do estado.
Segundo o sargento Marino, chefe de guarnição e guarda-vidas do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe, a maior parte das ocorrências no mês de julho foi de queimaduras com caravelas, especialmente durante o mês de férias, que atraiu muitos turistas ao estado. “A maioria das vezes são ocorrências leves, com a pessoa se queixando de um desconforto na pele. Raramente haverá problemas graves, mas pode acontecer da pessoa ter uma reação alérgica severa, como o fechamento da glote, o que requer urgência médica”, explicou Marino.
Em caso de contato com esses animais, a orientação é lavar a área afetada com água do mar e, se possível, usar vinagre. “Não se deve esfregar a pele nem usar água doce, pois isso pode espalhar o veneno”, recomendou Marino. Para alertar a população sobre as áreas de risco, o Corpo de Bombeiros está colocando placas roxas em pontos estratégicos para chamar atenção dos banhistas sobre a incidência de animais marinhos.
A aposentada Tereza Cristina Cerqueira, frequentadora de umas das praias de Aracaju, admite que não sabia como proceder em caso de contato com esses animais. “Eu costumava coçar com areia quando era queimada, o que só piorava a situação”, relatou.
Tratamento da queimadura
O médico e coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), Bruno Cintra, explica os cuidados em caso de queimaduras com águas-vivas e caravelas.
“É Importante lavar o local com água do mar. A queimadura por água-viva é uma queimadura química, e deve ser feita a diluição da substância química com lavagem e irrigação abundante. É importante procurar um profissional de saúde para avaliação, principalmente quando a queimadura é extensa ou em áreas sensíveis, como face e mama”, disse Cintra.
Ele também orientou que as pessoas evitem exposição solar pelos meses seguintes, pois há uma chance maior da cicatriz ficar escura. Utilizar hidratação local com óleo de girassol três vezes ao dia vai ajudar no processo de cicatrização, além de analgésicos serem importantes no controle da dor.
O comentário é de responsabilidade do autor da mensagem; não representa a opinião de NE Notícias.