A Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) precisa melhorar, sim. Mas será que a privatização, defendida pelo Governo do Estado e pela maioria dos deputados e prefeitos, é o caminho certo?
Com a chancela de um estudo do BNDES e o apoio da classe política, a iminente venda da DESO para o setor privado pode render R$ 4 bilhões ao Governo Mitidieri, em pleno ano de eleições municipais, sem cerimônias. A dinheirama estará solta!
Com a privatização, a DESO ficará responsável apenas pela captação e tratamento da água. Abastecimento, esgotamento sanitário e até a comercialização do precioso líquido passarão para as mãos de empresas privadas.
Mas essa pressa em vender a DESO tem um custo alto: demissões. Segundo o deputado Georgeo Passos, o Governo já reservou R$ 200 milhões para rescisões de contrato, mesmo com a empresa tendo lucro de R$ 40 milhões só em 2022.
“A previsão é que o Governo faça esse leilão no início do segundo semestre, e um grande pedaço do valor estimado já entre nos cofres públicos. A nossa preocupação é que estamos em ano de eleição municipal e muitos municípios sergipanos já estão esperando que estes milhões cheguem. Então, fica o questionamento se estes valores serão utilizados em obras estruturantes para os municípios? E qual o percentual da Deso?”
QUESTIONOU O DEPUTADO GEORGEO PASSOS
O Programa de Demissão Voluntária (PDV) está suspenso por enquanto, mas a incerteza paira sobre o futuro dos trabalhadores. E não são só eles que podem sofrer.
Municípios pequenos e muitos consumidores, inclusive em Aracaju, podem ter que pagar mais caro pela água e pelo esgoto. A taxa de esgoto, por exemplo, pode subir de 80% para 100%.
A venda da DESO é uma decisão complexa que precisa ser debatida com a sociedade, com tempo e sem pressões eleitorais. Afinal, o que está em jogo é o futuro da água e do saneamento em Sergipe.
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