MPT-SE

Na manhã desta sexta-feira (14), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), durante abordagens de rotina, interceptou um ônibus com 35 passageiros na BR-235. A informação recebida inicialmente pelos agentes é de que o veículo tinha costume de transportar pessoas para trabalhar no estado de Santa Catarina.

PRF, MPT-SE e Auditoria-Fiscal do Trabalho apuram suspeita de recrutamento de trabalhadores para Santa Catarina
Ônibus interceptado na BR-235|Divulgação

De acordo com a PRF Raíssa Soraia, que integra a Comissão de Direitos Humanos da PRF em Sergipe, os relatos dos passageiros chamaram a atenção da equipe.

“As pessoas disseram que estavam indo trabalhar em Santa Catarina, mas não sabiam informar o local exato e nem qual empresa tinha contratado. Eles também não tinham carteira de trabalho. Diante das suspeitas, chamamos o Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) para atuar conosco nessa ação”, informou.

CONTINUA APÓS PUBLICIDADE

O MPT-SE prontamente se deslocou ao posto da PRF, em Nossa Senhora do Socorro. O procurador do Trabalho Alexandre Alvarenga analisou os documentos dos passageiros e identificou que a maioria era de Sergipe, mas também havia pessoas de Alagoas, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Entre os passageiros, foram identificados quatro crianças e três adolescentes com 17 anos.

“Os depoimentos apresentaram diversas versões, desde pessoas que teriam vindo passar férias até pessoas que estariam indo para as regiões Sul e Sudeste em busca de emprego, ou seja, um relato diferente do que as pessoas disseram à equipe da PRF. Por isso, a apuração vai continuar”, explicou o procurador.

PRF, MPT-SE e Auditoria-Fiscal do Trabalho apuram suspeita de recrutamento de trabalhadores para Santa Catarina

A Auditoria-Fiscal do Trabalho também foi comunicada sobre o fato. A chefe da seção de Inspeção do Trabalho em Sergipe, Daniela Vasconcelos, e o auditor-fiscal do Trabalho Leopoldo Lins foram até o posto da PRF e verificaram as condições do ônibus, além de ouvir os passageiros.

“Entrevistamos todos os passageiros e não foi possível configurar o aliciamento dos trabalhadores. Verificamos que o ônibus é de uma empresa de transporte, que faz esse tipo de serviço com regularidade para outros estados do país. Lavramos a notificação para a empresa, inclusive porque os dois motoristas não têm registro, ligação com a empresa e notificamos para que essa situação seja regularizada”, pontuou a auditora.

Após os procedimentos na PRF, o veículo foi liberado, mas as investigações continuam. “Já foi instaurado um procedimento para que possamos verificar se foi um caso de transporte irregular ou se é um recrutamento de trabalhadores”, finalizou o procurador do Trabalho Alexandre Alvarenga.