Genivaldo foi abordado enquanto pilotava uma motocicleta na cidade do interior de Sergipe, em 25 de maio de 2022. O policial William de Barros Noia pediu para Genivaldo descer da moto e ele, prontamente, atendeu a solicitação. Filmagens feitas por populares mostram que, mesmo assim, o homem foi atingido por spray de pimenta no rosto.
Segundo a perícia, revelada pelo Fantástico neste domingo (9/10), um outro integrante da PRF, Kleber Nascimento Freitas, jogou o spray contra Genivaldo ao menos cinco vezes.
Dois policiais pressionaram o rosto e o pescoço de Genivaldo contra o chão. Depois, o jogaram no porta-malas da viatura da PRF, mas Genivaldo tentou impedir que os policiais fechassem a porta. O policial Paulo Rodolpho Lima Nascimento, então, jogou uma bomba de gás lacrimogênio dentro do local. Paulo Rodolpho e William Noia pressionaram a porta, prolongando o efeito do gás.
A PF fez a reconstituição da cena e concluiu que houve a liberação de gases tóxicos, como monóxido de carbono e, em maior quantidade, de ácido sulfídrico. Esses gases são capazes de provocar convulsões e incapacidade de respirar.
Segundo a perícia, o esforço físico e o estresse da abordagem resultaram em respiração acelerada, o que pode ter intensificado ainda mais os efeitos dos gases, levando Genivaldo a ter um colapso de pulmão. A causa da morte foi asfixia.
A vítima tinha esquizofrenia e fazia tratamento. Laudo toxicológico feito após a morte apontou a presença do medicamento que Genivaldo usava continuamente. Não havia no organismo do homem sinais de droga ou de bebida alcoólica. A perícia da PF apontou que Genivaldo não estava em surto no momento da abordagem.
Indiciamento
A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre a morte de Genivaldo e os policiais envolvidos na ação foram indiciados por abuso de autoridade e homicídio qualificado (asfixia e sem possibilitar meios de defesa).
Durante a investigação, a PF ouviu testemunhas, investigados, realizou perícias e laudos. Em 26 de setembro, o resultado do inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que vai analisar as providências em relação aos envolvidos.
O comentário é de responsabilidade do autor da mensagem; não representa a opinião de NE Notícias.