O jornalista Gilvan Manoel escreve neste final de semana no Jornal do Dia:
No sexto mês, o governador Fábio Mitidieri (PSD) está caracterizando a sua administração como um gestor que prioriza festas e caravanas de viagens, em detrimento aos interesses da população. Em pleno primeiro de junho, enquanto comandava a abertura de forrós, a Assembleia Legislativa aprovava projeto de sua autoria que elevava em 50% a contribuição para o Ipesaúde dos seus 116 mil assistidos, a maioria servidores públicos estaduais e seus dependentes.
Antes, Mitidieri já havia elevado para 19% – mais 1% para o programa de combate à fome – o ICMS cobrado dos produtos e serviços ofertados à população. A máquina arrecadadora do governo é voraz para cobrar impostos, mas não para executar os débitos dos grandes devedores, a maioria empresários como o próprio governador.
O governador Fábio Mitidieri concedeu um reajuste de 2,5% para a maioria dos servidores estaduais. Os que são conveniados com o Ipesaúde ficarão apenas com 0,5% do aumento já que a contribuição de saúde passou de 4% para 6% do salário do servidor.
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Ultrapassados os limites estabelecidos, o beneficiário deverá realizar o pagamento de 20% do valor de cada procedimento, a título de coparticipação, em conformidade com as tabelas de valores adotadas pelo Ipesaúde, limitado ao valor de R$ 30. O texto completa dizendo que o usuário deverá custear integralmente as despesas decorrentes da internação nos dias subsequentes.
Nos bastidores de órgãos estaduais e da assembleia, circula abertamente a discussão de que o governo estaria analisando a possibilidade de propor um convênio com a Hapvida, maior operadora de saúde privada do Nordeste, para que os beneficiários do Ipesaúde pudessem fazer a migração de plano com os mesmos valores pagos ao órgão estadual, sem qualquer tipo de carência.
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O governo Fábio Mitidieri é muito ágil quando o assunto é cobrar imposto e taxar servidores para encher os cofres do estado e de seus órgãos assistenciais. O mesmo não ocorre, no entanto, em relação ao pagamento de fornecedores e prestadores de serviço, inclusive as empreiteiras que tocam obras autorizadas no final do governo passado. Muitas já estão sendo paralisadas.
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