Os cibercriminosos estão sempre monitorando os assuntos mais divulgados na mídia e comentados em aplicativos de mensagens e redes sociais. Além disso, também acompanham de perto o surgimento de novas tecnologias que facilitam a transferência e cobrança de valores. Em 2020, segundo os dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim), da SSP, o ano de 2020 apresentou um crescimento de 265% nos crimes praticados no ambiente virtual no estado. Por isso, o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) alerta sobre os golpes e traz orientações para evitar ser vítima dos criminosos na internet.
De acordo com o levantamento feito pela CEACrim, no ano de 2019, foram 1.492 crimes praticados no ambiente virtual. Já no ano passado, em 2020, esse número saltou para 5.441 casos. Dentre as investidas criminosas que ocorreram mediante o uso da internet, a que mais apresentou alta foram as ocorrências de estelionato. Em 2019, foram 621 registros desse crime, enquanto que em 2020, foram contabilizados 3.215 golpes.
Ainda conforme os dados da coordenadoria, o segundo crime, cometido no ambiente virtual, com maior incidência no estado, foi o de invasão de dispositivo informático – como clonagem de aplicativos de mensagem e de redes sociais. No ano de 2019, foram 51 casos, ao passo que, no ano passado, os registros dessa prática totalizaram 469 ocorrências. Além dessas ações criminosas, há também aumento nos casos de ameaças, difamação, injúria e furto no meio digital.
No tocante às ameaças, em 2019 foram 239 ocorrências e, em 2020, 386 casos. Os crimes de difamação no ambiente virtual saltaram de 200 registros, no ano retrasado, para 345, no ano passado. Já os de injúria, saíram de 147 casos – em 2019 – para 261 ocorrências – em 2020. Os furtos no ambiente virtual, que no ano retrasado contabilizaram 29 ações criminosas, tiveram um aumento para 238 crimes, em 2020.
A delegada Suirá Paim ressaltou que o ponto de partida para as ações criminosas no ambiente virtual passa, por diversas vezes, pelos assuntos que estão em evidência na mídia e nas redes sociais. “Os criminosos utilizam a temática do momento, aquilo que está sendo divulgado e comentado, eles utilizam para aplicar o golpe. No momento, eles estão utilizando uma informação de que estaria ocorrendo um cadastro para vacinação. Então, eles se aproveitam para aplicar golpes com essa temática”, reiterou.
Por isso, a delegada fez o alerta para sempre ficar atento às informações que são divulgadas na internet, além de ter o cuidado com os próprios dados nas redes sociais. Nesse sentido, Suirá Paim também relembrou que não se deve fornecer códigos que chegam por mensagens a terceiros, pois é através dessa numeração que os cibercriminosos clonam os aplicativos das vítimas.
“Mantenha as redes sociais fechadas, não forneça senhas e códigos recebidos por mensagem de texto (SMS), instale um antivírus nos dispositivos e verifique a autenticidade da informação antes de fazer depósitos ou transferências. Verifique a agência e entre em contato com a pessoa que estiver solicitando o dinheiro. São medidas simples para evitar cair no golpe”, orientou.
Golpes mais frequentes
A delegada Lauana Guedes destacou que os golpes abrangem tanto as pessoas físicas, quanto as empresas. “Houve um aumento considerável no números de crimes cibernéticos. Os criminosos passaram a fazer uso da internet também para aplicar os mais diversos golpes. Os alvos dos fraudadores são tanto os consumidores, quanto às empresas dos mais diversos setores da economia, bancos, seguradoras”, salientou.
Dentre essas investidas criminosas praticadas no ambiente virtual, conforme mencionou Lauana Guedes, está o sequestro do aplicativo de mensagens das vítimas, utilizado como forma de obtenção de dinheiro em nome da vítima, junto aos contatos dela. “Um dos crimes virtuais mais comuns é o de sequestro do WhatsApp, onde o criminoso configura o aplicativo a partir do número disponível – encontrado em redes sociais e anúncios de venda. Em seguida, envia mensagens pedindo dinheiro aos familiares e amigos das vítimas”, especificou.
Em paralelo a esse crime, os golpistas também agem diretamente e ativamente nos sites de vendas. “Outra situação comum é o golpe nos sites de vendas, no qual o criminoso faz um anúncio falso, a partir de um verdadeiro. Ele faz com que haja o encontro entre vendedor e comprador, pedindo que ambos façam a omissão de alguma informação relevante. Então eles só tomam conhecimento de que caíram no golpe quando verificam a transferência bancária, feita em uma conta laranja, de outro estado”, notabilizou.
Lauana Guedes também relembrou o golpe do leilão, praticado no ambiente virtual, por meio de sites que imitam as características de portais verdadeiros, alterando apenas alguns detalhes, como caracteres. “Outro golpe recorrente é o falso leilão, onde o golpista modifica apenas um caractere, induzindo os internautas ao erro. Existe também o golpe do perfil falso ou simulado, quando o golpista coleta uma fotografia da rede social e, passando-se pela vítima, envia mensagens aos contatos próximos, e mais, uma vez, pedindo dinheiro”, finalizou.
O comentário é de responsabilidade do autor da mensagem; não representa a opinião de NE Notícias.