O Bolo é Grande

Uma fonte próxima a um deputado federal sergipano revelou que o parlamentar está com receio dos desdobramentos da Operação Overclean, deflagrada nesta terça-feira, 10, na Bahia e em mais quatro estados de diferentes regiões do país. Intenção da operação é desarticular esquemas de desvio de emendas parlamentares destinadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).

Operação Overclean desarticula grupo que fraudava licitações
Dinheiro encontrado com outro alvo da operação: R$ 700 mil – Polícia Federal|Divulgação

Segundo a fonte ligada ao grupo do deputado, o medo do parlamentar passa por situações recentes: um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que constatou que tratores e equipamentos adquiridos pelo DNOCS em Sergipe ficaram sem uso após serem entregues, e uma reportagem da Folha de S.Paulo que o coloca como um dos “barões da água”, ou seja, que usa emendas e o órgão para finalidades políticas.

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Segundo a Folha, ele foi o responsável por enviar mais de R$ 13 milhões em emendas de relator em 2021 ao Dnocs de seu estado, direcionando os recursos para uma cidade governada por sua esposa. Já a reportagem do Metrópoles sobre o relatório da CGU indicou que o Dnocs em Sergipe recebeu milhões em emendas durante o governo Jair Bolsonaro e foi comandado por aliado do deputado.

Operação

A “Operação Overclean” foi deflagrada em uma ação conjunta entre a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal, com o apoio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI).

A investigação começou em 2023, após uma denúncia de lavagem de dinheiro envolvendo sócios de uma empresa contratada pelo Dnocs sobre projetos executados a partir de 2017.

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A apuração revelou que a organização criminosa usava empresas de fachada e “laranjas” para fraudar contratos públicos e lavar dinheiro. A ação apura fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

O inquérito aponta que a organização criminosa direcionava recursos públicos vindos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.

Reprodução

O esquema envolvia superfaturamento em obras e desvios de recursos, facilitados por interlocutores que manipulavam a liberação de verbas para projetos previamente selecionados.


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