Atual vice-campeã, a Croácia, enfim, desencantou na Copa do Mundo do Catar. Neste domingo (27), a seleção do Leste Europeu goleou o Canadá por 4 a 1, de virada, no Estádio Internacional Khalifa, em Doha, pelo Grupo F.

O triunfo levou os croatas aos mesmos quatro pontos de Marrocos, com quem empataram na estreia, por 0 a 0, ficando à frente dos africanos no saldo de gols (três a um), na liderança da chave. Os norte-americanos, zerados, vão à última partida sem chances de chegar às oitavas de final. Na primeira rodada, eles foram superados pela Bélgica, por 1 a 0.

Croatian Football Federation official Twitter feed

Apesar do tropeço canadense, Alphonso Davies fez história. Filho de pais liberianos e nascido em um campo de refugiados em Gana, ele chegou ao Canadá como refugiado, aos cinco anos. Coube ao lateral do Bayern de Munique (Alemanha), de 22 anos, fazer o primeiro gol da seleção em uma Copa do Mundo masculina.

Os jogos da última rodada do Grupo F estão marcados para quinta-feira (1º), às 12h (horário de Brasília). A Croácia terá um confronto direto pela classificação com a Bélgica, no Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan. O Canadá medirá forças com Marrocos no Estádio Al Thumama, em Doha.

Gol relâmpago não segura resultado

Os treinadores foram a campo com apenas uma mudança cada em relação à estreia. Na Croácia, Zlatko Dalic escalou o atacante Marko Livaja no lugar do meia Nikola Vlasic. Do lado canadense, John Herdman fez troca semelhante, abrindo mão de um meio-campista (Junior Hoillet) para reforçar o ataque com Cyle Larin.

Com a bola rolando, o Canadá precisou de 67 segundos para fazer história. O atacante Tajon Buchanan avançou pela direita e cruzou na cabeça de Davies, que mandou para as redes, anotando o gol mais rápido da Copa do Catar até agora. Os norte-americanos tentaram se manter no ataque, repetindo o que fizeram contra os belgas, mas a Croácia se recuperou do baque inicial e fez valer a maior qualidade para ocupar o campo canadense.

Se a insistência na bola aérea não deu certo, a mudança de estratégia para o toque de pé em pé se mostrou eficiente para os croatas. O gol anulado de Andrej Kramaric, por impedimento, aos 25 minutos, após lançamento de Livaja, era indício da melhora dos europeus. Dez minutos depois, o também atacante Ivan Perisic recebeu na área e esticou para Kramaric, que apareceu pela esquerda e bateu cruzado para empatar a partida. A virada foi questão de tempo. Aos 43, o lateral Josip Juranovic encontrou Livaja na meia-lua. O camisa 14 dominou e chutou rasteiro, no canto do goleiro Milan Borjan.

Kramaric e Perisic comandam goleada

O Canadá voltou do intervalo querendo repetir a pressão do início do primeiro tempo. Aos três minutos, o volante Jonathan Osorio limpou a marcação na entrada da área e bateu a meia altura, rente à trave direita. Aos dez, o atacante Jonathan David recebeu de Buchanan quase na meia-lua e chutou colocado, obrigando o goleiro Dominik Livakovic a se esticar e desviar a bola por cima do travessão.

Desta vez, porém, a Croácia não se acuou e respondeu rapidamente. Aos oito minutos, o meia Luka Modric dominou pela direita e cruzou rasteiro para Kramaric finalizar quase na marca do pênalti, parando em Borjan. Aos 24, Kramaric não perdoou. Ele recebeu de Perisic pela esquerda, driblou o zagueiro Kamal Miller na área e mandou no cantinho do goleiro, fazendo o terceiro dos croatas.

Precisando ao menos de um empate para chegar à última rodada com algumas chance de classificação, o Canadá se lançou à frente, dando espaços – principalmente pelos lados – aos contra-ataques europeus. Em um deles, aos 32 minutos, Perisic invadiu a área pela esquerda e arrematou cruzado, para defesa com os pés de Borjan. Na sobra, o meia Mateo Kovacic rolou para o volante Marcelo Brozovic finalizar, parando novamente no goleiro

Com o duelo sob controle, Zlatko Dalic aproveitou para descansar três dos principais titulares (Modric, Kovacic e Perisic), pensando na decisão contra a Bélgica. Ainda assim, a Croácia chegou ao quarto gol, justamente com dois dos atletas que foram a campo na reta final. Nos acréscimos, o atacante Mislav Orsic aproveitou um erro de Miller, correu em direção à meta pela esquerda e rolou, na saída de Borjan, para o meia Lovro Majer dar números finais à partida.

Sérgio Reis (PSD) ficou na suplência, mas pode assumir cargo na Assembleia Legislativa de Sergipe.

Se depender dele, será candidato a prefeito de Lagarto.

O governador eleito Fábio Mitidieri (PSD) continua encantando com a campanha eleitoral da prefeita de Lagarto, Hilda Ribeiro (PSD), pelo menos por enquanto, adversária de Sérgio.

Pelo menos por enquanto, porque, no município….

Nas redes sociais, Ronaldo escreveu texto em apoio ao atacante Neymar Neymar:

“Você é fod*! Gigante! E é por ter chegado aonde chegou, que você tem que lidar com tanta inveja e maldade. A que ponto chegamos? Que mundo é esse? Volte mais forte! O Brasil te ama! Não exalte os covardes e invejosos.”

Ronaldo

Os substitutos do lateral Danilo e do atacante Neymar na partida desta segunda-feira (28), contra a Suíça, às 13h (horário de Brasília), no Estádio 974, em Doha, pela segunda rodada do Grupo G da Copa do Mundo do Catar, serão conhecidos somente uma hora antes de a bola rolar, que é quando as escalações oficiais são anunciadas. Ao menos é o que o técnico Tite deixou claro neste domingo (27), em entrevista coletiva.

No lado direito do sistema defensivo da seleção brasileira, as opções são Daniel Alves e Éder Militão. O primeiro é um jogador da posição, mas não participa de um jogo oficial desde setembro. O segundo é zagueiro, mas também atua como lateral, tendo exerceu a função, em algum momento, em São Paulo, Porto (Portugal) e Real Madrid (Espanha).

Para o lugar de Neymar, as escolhas variam conforme a estratégia de jogo. O atacante Rodrygo ou o meia Everton Ribeiro, por exemplo, seriam opções para manter o desenho tático do time que venceu a Sérvia por 2 a 0 na última quinta-feira (24), com o meia Lucas Paquetá em uma função mais defensiva, ao lado de Casemiro. Se a decisão for pelos também volantes Fred ou Bruno Guimarães, Paquetá assumiria o papel que foi de Neymar diante dos sérvios, atrás do trio de ataque composto por Vinícius Júnior, Richarlison e Raphinha.

“A definição da equipe já foi feita, mas tenho por hábito, de agora, passá-la na hora do jogo [risos]. Em termos estratégicos, você consegue fazer algumas mudanças comportamentais ou de características de atletas. O Militão já jogou nessa função e tem característica para tal. O Dani é construtor, fora as qualidades técnica e de liderança. Moral da história? Não vou dizer quem vai jogar”, afirmou Tite.

O zagueiro Marquinhos deve entrar em campo pela seleção nesta segunda-feira (28), contra a Suiça, no segundo confronto pelo Grupo G da Copa do Catar – Lucas Figueiredo/CBF

“O professor [Tite] queria ter os 26 jogadores disponíveis, mas estamos confiantes e prontos para mostrar que o grupo é forte, bem treinado e pronto para [resolver] qualquer divergência que tivermos. Em uma Copa, nem sempre o time que começa é o que vai terminar, seja por lesão ou por um estar melhor que o outro. Todos ali têm seu papel importante. No último jogo, vimos a importância daqueles que entraram no segundo tempo”, completou o zagueiro Marquinhos, que também participou da coletiva deste domingo (27).

A princípio, Danilo e Neymar, ambos com lesões ligamentares no tornozelo (esquerdo e direito, respectivamente), estão fora somente do jogo contra a Suíça. A presença deles ou não na terceira partida da fase de grupos, na sexta-feira (2), diante de Camarões, às 16h, ainda é incerta. Tite, porém, acredita que terá ambos à disposição para a sequência do Mundial.

“Medicamente, clinicamente, não tenho lugar de fala, mas tenho também as palavras médicas. Acredito que vamos usá-los na Copa”, projetou o técnico, que, no treino deste domingo (27), pôde contar novamente com o atacante Antony, recuperado do mal estar que o havia tirado das atividades de sexta-feira (25) e sábado (26).

O Brasil deve enfrentar a Suíça com: Alisson, Daniel Alves (Éder Militão), Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Lucas Paquetá e Fred (Bruno Guimarães, Rodrygo ou Everton Ribeiro); Raphinha, Richarlison e Vinícius Júnior.

Marco Vieira / PMA (arquivo)

O governo do Estado inicia o pagamento da folha salarial do mês de novembro a partir desta segunda-feira (28), para aposentados e pensionistas.

Na terça-feira (29), recebem os servidores da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e suas fundações, além dos servidores ativos da Educação.

Já na quarta-feira (30), recebem também as demais secretarias, empresas, autarquias e fundações. 

Ninguém acertou os seis números do concurso 2543 da Mega-Sena, sorteados neste sábado (26). Com o prêmio acumulado, o próximo concurso, na quarta-feira (30), vai sortear R$ 65 milhões.

O sorteio foi realizado no Espaço da Sorte, na cidade de São Paulo. As dezenas sorteadas foram: 02 – 05 – 27 – 30 – 46 – 53.

No concurso, 138  pessoas acertaram cinco números e receberão R$ 29.679,12. Já 7.475 apostadores acertaram cinco números e receberão R$ 782,74.

As apostas para o próximo concurso podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) da quarta-feira, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.

O Estádio Al Thumama, em Doha, foi palco de mais uma zebra na Copa do Mundo do Catar. Neste domingo (27), a seleção de Marrocos derrotou por 2 a 0 a Bélgica, segunda colocada do ranking da Fifa , pelo Grupo F da competição.

O resultado levou, provisoriamente, os Leões do Atlas à liderança da chave, com quatro pontos. Na estreia, a equipe africana teve outra boa atuação e foi superior, apesar do empate sem gols com a Croácia. Os Diabos Vermelhos, com a derrota, seguem com os três pontos do suado triunfo por 1 a 0 sobre o Canadá. Croatas e canadenses, inclusive, jogam às 13h (horário de Brasília) deste sábado, no Estádio Internacional Khalifa, também em Doha.

O torcedor marroquino não sabia o que era comemorar uma vitória em Copa do Mundo desde 1998, na França, quando a equipe venceu a Escócia por 3 a 0. O belga, por outro lado, não somente teve frustrada a expectativa de sair de campo classificado às oitavas de final, como viu acabar uma sequência de oito triunfos em fases de grupo do Mundial, um recorde que só havia sido atingido duas vezes na história, ambos com o Brasil, entre 1986 e 1994 e de 2002 a 2010.

Reprodução

Os jogos da última rodada do Grupo F serão na quinta-feira (1º), às 12h. A Bélgica tentará a reabilitação contra a Croácia, no Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan, enquanto Marrocos pega o Canadá, novamente no Al Thumama.

Ataque da Bélgica não assusta

O grau de satisfação dos treinadores com o que viram na primeira rodada ficou evidente nas escalações. De um lado, Walid Regragui, de Marrocos, mandou a campo quase o mesmo time que enfrentou a Croácia. A única alteração foi no gol – e de última hora. Apesar de Yassine Bounou ter alinhado com os companheiros para cantar o hino nacional, quem iniciou a partida foi Munir El Kajoui. A federação marroquina apenas informou a mudança do titular, sem maiores detalhes.

Na Bélgica, Roberto Martínez efetuou três trocas na equipe que venceu o Canadá. O zagueiro Leander Dendoncker, o volante Youri Tielmans e o meia Yannick Carrasco saíram para entradas, respectivamente, de Thomas Meunier (que atuou na lateral, com Timothy Castagne na zaga), Amadou Onana e Thorgan Hazard. A novidade dos Diabos Vermelhos foi a presença, no banco de reservas, do atacante Romelu Lukaku, que vinha tratando uma lesão na coxa esquerda e, a princípio, estava descartado para o jogo deste domingo.

Diferentemente do jogo anterior, em que foi pressionada, a Bélgica tomou a iniciativa. Aos quatro minutos, Michy Batshuayi recebeu do também atacante Thorgan Hazard na área, pela esquerda, às costas da marcação. O chute, frente a frente com Munir, explodiu no goleiro. Ao longo do primeiro tempo, porém, os europeus não transformaram volume e posse de bola (61%) em mais oportunidades claras.

Reprodução

Courtois falha e Marrocos decide

Marcando forte e saindo no contra-ataque com velocidade, Marrocos foi, gradualmente, aproximando-se da área belga, mas só conseguiu assustar, de fato, na bola parada. Aos 45 minutos, o meia Hakim Ziyech cobrou falta fechada pela direita. Com muita gente à frente, Thibaut Courtois falhou e deixando a bola entrar, após ser alçada na área. O que seria o primeiro gol da partida, porém, foi anulado porque o zagueiro Romain Saïss, impedido em relação à marcação, teria atrapalhado o goleiro da seleção europeia no lance.

Os Leões do Atlas retornaram do intervalo mais ofensivos e a partida no Al Thumama ficou mais franca. Aos seis minutos, Eden Hazard finalizou da entrada da área e obrigou Munir a trabalhar, espalmando para o lado. A resposta veio aos 11, em batida cruzada de Sofiane Boufal, pela esquerda, na área, que saiu rente à trave esquerda belga. Aos 20 minutos, nova defesa do goleiro marroquino, agora do também atacante Dries Mertens, que passou entre três marcadores e arriscou da meia-lua, no meio do gol.

Reprodução

A bola parada, porém, é que foi decisiva. Aos 27 minutos, em lance semelhante ao primeiro tempo, o meia Abdelhamid Sabiri bateu falta na área pela esquerda, próximo à linha de fundo. Mais uma vez, Courtois não segurou a cobrança, que foi direto para o gol. A partir daí, a Bélgica se lançou à frente, colocando, inclusive Lukaku para brigar no jogo aéreo, sem êxito. Nos acréscimos, deu tempo para Ziyech avançar pela direita e cruzar, na medida, para o atacante Zakaria Aboukhlal concluir e dar números finais à partida.

Jeová Luiz / Alese

Se aprovar as emendas impositivas como quer o executivo, os atuais deputados estaduais de Sergipe darão demonstração de fraqueza.

Serão mais fracos que a Câmara Municipal de Aracaju.

Nada a ver com a Câmara, mas a mesma defende apenas um município, por lei.

Na Receita Corrente Líquida, a Alese é menos do que a Câmara da capital!

A fase aguda da pandemia da covid-19 afetou os pacientes com câncer de próstata, que não podiam parar o tratamento, mas precisavam continuar se cuidando para evitar a contaminação pelo coronavírus. Uma das medidas implantadas com o objetivo diminuir o risco de transmissão da covid-19, foi a redução no número de sessões de radioterapia para o tratamento.

O número de sessões foi reduzido de 39 para 20 aplicações. A experiência foi tão bem-sucedida que passou a ser adotada como rotina no pós-pandemia. Ao lado de exames e tratamentos sofisticados, essa é uma das novidades do combate ao câncer de próstata, que ganha destaque durante a campanha do Novembro Azul, que segue até o próximo dia 30.

No entanto, a redução se aplica a determinados pacientes, que apresentam características específicas. “Quando o paciente não apresenta risco de complicação, o tempo de tratamento por radioterapia pode ser mais curto, com cinco sessões com maior intensidade de radiação”, esclarece a médica Mariana Bruno Siqueira, oncologista da Oncologia D’Or, com foco em uro-oncologia.

O que impede a redução de sessões, explica a médica, é o tamanho da próstata e a distância entre a próstata e o reto, que é a parte final do intestino. “As complicações que a temos mais receio são diarreia e eventualmente sangramento nas fezes. É uma decisão do médico radioterapeuta, baseado nos dados da anatomia do paciente, para definir se tem segurança de fazer em menos tempo com maior dose. Então é uma decisão para cada paciente e em conjunto com radiooncologista, que é quem vai planejar o tratamento”.

Essa é uma tendência que começou antes da pandemia da covid19, e foi intensificada e adotada de forma mais ampla e disseminada no Brasil para vários tipos de neoplasias com a chegada da pandemia, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Marcus Simões Castilho, médico radioterapeuta.

“A redução de tempo de tratamento de radioterapia é conhecida como hipofracionamento e é uma tendência em diversas patologias. Em próstata, já existe um corpo de evidência científica consolidada. Fundamental pontuar que doses maiores pressupõe maior controle de entrega e consequentemente tecnologia. Isso é uma limitação no Brasil uma vez que somente um terço dos equipamentos têm radioterapia guiada por imagem, fundamental no hipofracionamento do câncer de próstata”, explica o médico.

A SBRT realizou um Consenso de Hipofracionamento na Radioterapia no Câncer de Próstata em setembro de 2019, antes da pandemia, e publicou esse material.

A estratégia já é consolidada para hipofracionamento moderado entre 20 e 28 frações, reduzindo o tratamento de 7 a 8 semanas para 4 a 6 semanas. “Estratégias de tratamentos em somente uma semana estão sendo adotadas, porém muito dependentes de alta tecnologia”, disse Castilho.

A radioterapia é uma modalidade terapêutica importante no cuidado das neoplasias tanto em condições malignas quanto benignas, em condições radicais e também paliativas. “Estima-se que cerca de 60% dos pacientes oncológicos irão receber radioterapia em algum momento do curso do seu tratamento”, disse a SBRT.

Além dos estudos para o hipofracionamento no tratamento de câncer de próstata, já existiam estudos garantindo a segurança para algumas situações, como, por exemplo, para pacientes com tumores de mama iniciais.

“Mas existiam algumas situações, como para pacientes com câncer de mama mais avançados, onde a adoção do hipofracionamento ainda não era consensual. Com a chegada da pandemia, o encurtamento do tratamento foi ampliado para todos os pacientes. Logo em seguida, estudos foram publicados comprovando que, realmente, todas as pacientes podiam encurtar o tratamento”, disse Castilho.

Hipofracionamento

O hipofracionamento se aplica a casos em que estudos de nível I de evidência, os mais confiáveis, confirmaram que o tratamento mais curto é igualmente eficaz e seguro para os pacientes, “incluindo próstata, pulmão, mama, reto, tratamentos paliativos de metástases ósseas, entre outros”, disse o presidente da SBRT.

A orientação sobre o hipofracionamento é a mesma para a rede pública. “Porém, em muitos casos, como para pacientes de próstata e pulmão, o hipofracionamento requer tecnologias mais avançadas, que geralmente não estão disponíveis para os pacientes do SUS, pelo déficit de financiamento do setor”, disse Castilho.

Como existe dependência de tecnologia para garantia que as doses mais elevadas estão atingindo somente a próstata, a limitação da estratégia é o uso em equipamentos que disponham de IGRT (radioterapia guiada por imagem). Segundo a entidade, cerca de um terço das máquinas no país têm a tecnologia e algumas delas estão na rede pública.

Além de melhorar a qualidade de vida do paciente, a estratégia de encurtamento amplia a oferta de vagas da radioterapia.

De acordo com o presidente do Conselho Superior da SBRT, Arthur Accioly Rosa, o cálculo de necessidade de máquinas é complexo. “Envolve fatores como distribuição epidemiológica dos casos, disponibilidade geográfica, diagnóstico – muitos pacientes morrem sem diagnóstico de câncer – ocupação das máquinas com hipofracionamento, dentre outros. A saúde suplementar tem atendido sua demanda aparentemente sem limitações. Nos cálculos de novos casos de câncer, usando a proporção de 52% de uso de radiação e mensurando o número de tratamentos no SUS, projetam-se mais de 100 mil casos que não foram irradiados em 2020. Não quer dizer que não receberam tratamentos como quimioterapia, por exemplo, mas é um dado que documenta a dificuldade de acesso”.

Na avaliação da SBRT, esquemas de radioterapia mais convenientes para os pacientes e igualmente efetivos devem ser estimulados, já que trazem benefícios clínicos, logísticos e financeiros.

A SBRT disse que tem feito vários esforços e adotado estratégias específicas para disseminar a prática do hipofracionamento no Brasil, principalmente para os pacientes do SUS. “Porém, a plena adoção do hipofracionamento no SUS depende do avanço do investimento em radioterapia, principalmente via recomposição da tabela do SUS, extremamente defasada, o que permitirá que os mais diversos serviços ao redor do país possam executar não só tratamentos mais curtos, como de maior qualidade, para todos os brasileiros”, explica o presidente da SBRT.

Prevenção

A próstata é uma glândula que só o homem tem e que produz parte do sêmen. Ela se localiza na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Os fatores de risco são a idade avançada, a partir dos 50 anos, e o histórico familiar. Os negros constituem um grupo de risco para o câncer de próstata. A alimentação saudável, o peso corporal adequado e a prática da atividade física ajudam a reduzir a incidência desse e outros tipos de câncer.

A maioria dos tumores na próstata cresce de forma lenta, não chegando a dar sinais ao longo da vida. Uma minoria cresce de maneira acelerada, espalha-se para outros órgãos (metástase) e pode levar à morte. Os sintomas iniciais são dificuldade para urinar, demora em começar e terminar em urinar, sangue na urina, diminuição do jato da urina e necessidade urinar várias vezes à noite.

O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso do tratamento. Por isso, os homens com 50 anos de idade ou mais devem ir uma vez por ano ao urologista para o toque retal e o exame de sangue que identifica o antígeno prostático específico (PSA).

“Os homens com histórico familiar de câncer de próstata, e os negros, que têm maior incidência deste tipo de câncer, devem iniciar as consultas anuais aos 45 anos de idade”, recomenda a médica Rafaela Pozzobon, oncologista da Oncologia D’Or com foco em uro-oncologia.

Tratamento

Entre os exames mais recentes para detecção do câncer de próstata está o PET-CT PSMA, que une a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia computadorizada (CT). O procedimento com PSMA (sigla do inglês para Antígeno de Membrana Específico para Próstata) consegue detectar mais de 90% dos casos de metástase desse tipo de câncer, permitindo um diagnóstico mais assertivo e um tratamento melhor direcionado.

“Quando a doença está restrita à próstata, o paciente é submetido à cirurgia ou radioterapia. Em caso de metástase, o tratamento é feito com hormonioterapia ou quimioterapia”, explica a médica Mariana Bruno Siqueira.

Para pacientes com câncer de próstata metastático, o tratamento mais recente é o PSMA-Lutécio 177, que foi destaque do Congresso Americano de Oncologia (Asco) de 2021. O lutécio é uma substância radioativa que, assim como um míssil teleguiado, é levado às células com PSMA, uma molécula que apresenta a expressão aumentada na superfície das células cancerígenas.

A substância radioativa danifica o DNA da célula e provoca sua morte. O tratamento demanda quatro a seis aplicações, sendo que a quimioterapia são no mínimo seis aplicações. Por ser direcionado às células cancerígenas, é melhor tolerado que a quimioterapia, dizem os especialistas.

“O PSMA-Lutécio 177 é uma partícula radioativa que vai ser introduzido no paciente pelo sangue. Então a partícula vai caminhando pelo sangue e chega aonde o câncer está, vai achar o câncer porque ele é ligado a um marcador do PSA. A partícula vai achar essas células, e pela radiação, que é carregada por esse PSMA, que é um marcador que vai achar a célula do câncer, ou seja, a célula que produz o PSA, para matar essa célula. Então ele vai, carrega essa radiação até a célula maligna, e uma vez que ela chega lá na célula, a radiação vai quebrar a fita de DNA e vai matar a célula do câncer. A radiação é pela circulação sanguínea”, explica a médica Rafaela Pozzobon.

O exame PET-CT PSMA e o tratamento PSMA-Lutécio 177 ainda não estão disponíveis pelo SUS.

Mutação

Nos últimos anos, os cientistas descobriram que o câncer de próstata, assim como o de mama, ovário e pâncreas, pode ter relação com a mutação do gene BRCA 1 e 2. “Entre 5% e 10% dos pacientes com câncer de próstata podem ter uma origem hereditária da doença, principalmente por causa da mutação genética no BRCA 2”, disse a médica Mariana Bruno Siqueira.

Em razão dessa descoberta, os médicos recomendam que homens que tiveram câncer de próstata mais agressivos ou com metástases, devam realizar testes a fim de detectar uma possível mutação do BRCA.

Em caso positivo, seus familiares podem ser aconselhados a realizar o exame também, além de adotar medidas preventivas e fazer exames periódicos para o diagnóstico precoce da doença. Existem ainda medicações específicas para os homens com a mutação do BRCA, que são usadas para controlar o câncer em cenários metastáticos.

São esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.

Estimativa é a principal ferramenta de planejamento e gestão na área oncológica no Brasil, fornecendo informações fundamentais para a definição de políticas públicas.

Ao todo foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais incidentes no País, dois a mais do que na publicação anterior, com a inclusão dos de pâncreas e de fígado. Esses cânceres foram incluidos por serem problema de saúde pública em regiões brasileiras e também com base nas estimativas mundiais. O câncer de fígado aparece entre os 10 mais incidentes na região Norte, estando relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas. O câncer de pâncreas está entre os 10 mais incidentes na região Sul, sendo seus principais fatores de risco a obesidade e o tabagismo.

O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

Em homens, o câncer de próstata é predominante em todas as regiões, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano do próximo triênio, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Nas regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda ou a terceira posição, sendo que, nas de menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente entre a população masculina.

Já nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal, mas, nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.

Incidência por região (excluído o câncer de pele não melanoma)

Do total dos 704 mil novos casos de câncer a cada ano no País durante o triênio 2023-2025, 70% dos casos estão previstos para as regiões Sul e Sudeste. O câncer de mama em mulheres (Sul: 71,44/100 mil; Sudeste: 84,46/100 mil), o de próstata (Sul: 57,23/ 100 mil; Sudeste: 77,89/ 100 mil) e o de cólon e reto (Sul: 26,46/100 mil; Sudeste: 28,75/100 mil) são os três tipos mais incidentes nessas duas regiões.

Já nas regiões Norte e Nordeste, o câncer de próstata (Norte: 28,40/100 mil; Nordeste: 73,28/100 mil) é o mais incidente, seguido do câncer de mama feminina (Norte: 24,99/100 mil; Nordeste: 52,20/100 mil) e câncer do colo do útero (Norte: 20,48/100 mil; Nordeste: 17,59/100 mil).

Na região Centro-oeste, o câncer de próstata, com risco estimado de 61,60/ 100 mil, representa o tipo da doença que mais incide sobre a população, seguido do de mama feminina (57,28/ 100 mil) e do câncer colorretal (17,08/100 mil).

Estratégias

A coordenadora de Prevenção e Vigilância (Conprev) do INCA, Liz Maria de Almeida, disse que a entrega da Estimativa à sociedade é momento também para se pensar estratégias mais amplas de combate ao câncer. “Hoje, por exemplo, quando a gente diz ‘olha, nós temos que combater o sendentarismo’, precisamos avaliar se as pessoas têm locais em sua região para caminhar, para andar de bicleta ou para fazer qualquer outro tipo de exercício; se a gente está falando do combater a obesidade, tem que ver como estamos discutindo com as populações locais os padrões de alimentação”, exemplificou a coordenadora.

Por isso mesmo, para Marianna Cancela, chefe da Divisão de Vigilância e Análise de Situação da Conprev, “o primeiro passo para combater a doença é conhecê-la: saber onde, quando, como e quem ela acomete para que as ações de controle possam ser planejadas”.

Inês Gadelha, secretária adjunta da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes) do Ministério da Saúde, fez um histórico do passo a passo que levou a produção da estimativa ao longo dos anos, ressaltando a importância dos registros de base populacional.

Metodologia

O cálculo das estimativas de câncer utiliza as bases de dados de incidência (casos novos) , provenientes dos Registros de Câncer de Base Populacional(RCBP) e dos óbitos, oriundas do Sistema de Informações sobre Mortalidade(SIM). A partir da relação entre incidência e mortalidade (I/M), modelos estatísticos são utilizados para definir a melhor predição. Essa escolha depende da disponibilidade das informações, conferindo maior ou menor precisão.

“Utilizamos metodologia análoga à empregada na elaboração das estimativas mundiais”, explicou a pesquisadora da Divisão de Vigilância e Análise de Situação do Instituto Marceli de Oliveira Santos. “Ampliar a disponibilidade das informações sobre incidência é fundamental”. Além de apresentar os números da Estimativa na cerimônia, ela mostrou como acessar a publicação no Portal do INCA (Assuntos>Câncer>Números de câncer>Estimativas de Câncer) e navegar pelas informações.

A metodologia e as bases de dados utilizadas a cada edição da Estimativasão diferentes em função da melhoria da quantidade e da qualidade das informações de incidência e mortalidade ao longo do tempo. Por essa razão, a comparação com estimativas passadas não é possível.

“Esperamos que essas informações sirvam de subsídios não apenas para gestores, mas à conscientização de toda a população para a adoção de boas práticas de controle do câncer”, disse Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA. “E que seja um estímulo a pesquisadores, profissionais de Saúde e gestores, comunicadores e para toda a sociedade.”