Qual o fator que mais influencia o voto do ministro do Supremo? Este foi o mistério de ontem. E de sempre.
Dorivan Marinho / STF
Em geral, os ministros afirmam que o fator decisivo é estar de acordo com a Constituição. Óbvio. Mas ontem a questão era mais complexa.
Dois artigos da Constituição brigavam entre si… Um estabelecendo a competência da Justiça Eleitoral. Outro estabelecendo a competência da Justiça Federal. Qual prevaleceria no caso?
Fux afirmou que eram “competências absolutas”. Ou seja, nenhuma pode ser anulada em favor da outra. Empate? Impasse?
Ou seja, apelar para a Constituição é condição necessária, mas não suficiente. Fundamenta, mas não resolve. E agora?
Rosa Weber escapou da armadilha do tudo ou nada. Teve como fio condutor de seu voto o reconhecimento da complexidade da decisão. Tudo depende dos fatos apontados.
Se for crime eleitoral, fica na Justiça Eleitoral. Não traz os outros consigo. E vice-versa. Simples assim.
Fux argumentou que antever as consequências dos votos é importante e influencia o voto. Ou seja, inexiste voto ou tese jurídica sem consequência política.
E a melhor consequência possível, a melhor tese jurídica é a que preenche o sentimento de justiça de paz, e não o de guerra dos cidadãos.
Se a maioria dos cidadãos quer um maior combate à corrupção, como demonstrou nas eleições e no apoio à Lava Jato, ontem não deve ter saído satisfeito.
Porque o fator decisivo dos votos foi o cálculo de cada ministro sobre a maior ou menor probabilidade de os crimes cometidos serem bem apurados. E, se for o caso, condenados os réus. Seja crime eleitoral ou federal.
Ganhou a menor probabilidade. Ou, pelo menos, aquela com mais pedras pelo caminho.
Importante é não perder de vista o combate à corrupção da aliança de “piratas privados”, “burocratas corruptos” e “criaturas do pântano político”, como diz o ministro Paulo Guedes.
Joaquim Falcão é professor de direito constitucional da FGV Rio
Morreu na noite desta quinta-feira, 14, José Alves da Silva, dono do Silvas Bar. Sofreu infarto.
Zé Alves tinha 55 anos de idade.
Seu corpo está sendo velado na rua 7 de Setembro, 75, no bairro 18 do Forte, em Aracaju.
O sepultamento ocorrerá no Cemitério da Cruz Vermelha.
Edilson Rodrigues / Agência Senado
O senador Alessandro Vieira (PPS-SE) conseguiu as 27 assinaturas necessárias para reapresentar o pedido de instalação da CPI das Cortes Superiores, batizada de CPI da Lava-Toga.
Em conversa com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Alessandro ouviu que o regimento será respeitado.
O presidente do Senado disse que não é o momento para apresentar a CPI, mas que não fará oposição à sua instalação se o pedido respeitar o regimento.
Veja quem assinou:
1. Alessandro Vieira
2. Jorge Kajuru
3. Selma Arruda
4. Eduardo Girão
5. Leila Barros
6. Fabiano Contarato
7. Rodrigo Cunha
8. Marcos do Val
9. Randolfe Rodrigues
10. Plínio Valério
11. Lasier Martins
12. Styverson Valentim
13. Alvaro Dias
14. Reguffe
15. Oriovisto Guimarães
16. Cid Gomes
17. Eliziane Gama
18. Major Olímpio
19. Izalci Lucas
20. Carlos Viana
21. Luiz Carlos Heinze
22. Esperidião Amin
23. Jorginho Mello
24. Telmário Mota
25. Soraya Thronicke
26. Elmano Férrer
27. Roberto Rocha
Por que a decisão do STF preocupa os procuradores da Lava Jato?
Nos últimos dias, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Paraná criticaram publicamente a possibilidade do STF decidir pelo envio das investigações à Justiça Eleitoral. Em nota publicada na segunda-feira (11), o grupo alerta para o que dizem ver como riscos à operação.
“Se agora a decisão da Corte Suprema determinar que cabe à Justiça Eleitoral julgar todos os crimes desse contexto, as investigações e ações, em curso ou já concluídas por sentença, correrão risco de serem anuladas por não mais caber à Justiça Comum, Estadual ou Federal, analisar esses casos”, diz um trecho.
“Para o MPF [do Paraná], os tribunais eleitorais não são estruturados para julgar crimes complexos como os de corrupção e lavagem de dinheiro que vêm sendo descobertos ao longo dos últimos anos. Considerando ainda que os processos no âmbito eleitoral tendem a aplicar penas mais brandas do que na esfera criminal, o cenário é de grande possibilidade de prescrição dos crimes, e consequente impunidade”, diz a nota.
Ex-integrante da Força-Tarefa da Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima foi ainda mais enfático. Disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o envio para a Justiça Eleitoral pode representar “a destruição da Lava Jato”.
“Se o STF mandar tudo ser enviado para a Justiça Eleitoral, por que não vão anular a condenação do Lula? Do Eduardo Cunha? A condenação do caso triplex (do Guarujá) não é só pelo triplex, é um dinheiro de corrupção encaminhado também para o Partido dos Trabalhadores. Então, também tem uma questão eleitoral”, disse ele.
“É delicado. É quase inacreditável que haja uma intenção real de se tomar essa decisão”.
Carlos Fernando dos Santos Lima em entrevista publicada nesta quarta-feira (13), antes do início do julgamento no STF.
Ao longo do julgamento, alguns ministros do STF mostraram irritação com os comentários dos procuradores. O presidente do tribunal, Dias Toffoli, anunciou que vai pedir a punição de um dos procuradores da Lava Jato, Diogo Castor. Ele publicou um texto contra o envio dos casos para a Justiça Eleitoral. No fim da tarde de quarta-feira, a força-tarefa decidiu suspender qualquer comentário público sobre o assunto.
Nelson Jr. / STF
Antônio Carlos de Almeida Castro é um dos principais advogados de réus da Lava Jato no STF – e é conhecido por suas posições críticas à operação e aos investigadores de Curitiba. “Quando os procuradores fazem essas críticas, é porque eles sabem que não têm o direito ao seu lado. São muito bons de marketing, mas não têm uma boa estrutura jurídica. A Lava Jato não vai acabar, isto é um jogo de retórica dos procuradores”, disse à BBC News Brasil.
“O argumento usado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e pela força-tarefa (da Lava Jato) não é um argumento jurídico. É na verdade quase intimidatório e desrespeitoso com a Justiça e o STF, na medida em que alega que a Justiça Eleitoral não tem competência para resolver os casos”, diz ele. “Os procuradores poderiam ter usado o prestígio de que dispõe para que a Justiça Eleitoral fosse melhor aparelhada, então”, completa.
Qual pode ser o verdadeiro impacto para a Lava Jato?
Todos os casos de corrupção que tenham relação com crimes eleitorais, como o de Caixa 2, podem ser julgados pela Justiça Eleitoral – mas a decisão será tomada caso a caso.
A decisão pode abranger casos que estão hoje no STF, mas que seriam enviados para a primeira instância – quando o político perde o foro privilegiado ou quando o crime não têm relação com o mandato.
E afetará também processos que estão na 1ª instância da Justiça Comum, tanto na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) quanto em outros Estados.
Uma parte relevante dos casos da Lava Jato poderá sair da alçada dos investigadores da força-tarefa de Curitiba – um grupo formado por 14 procuradores da República e apoiado por mais de 50 profissionais (assessores, técnicos e especialistas).
Marilda Silveira é especialista em direito administrativo e eleitoral e professora da Escola de Direito do Brasil (EDB). Segundo ela, os próprios juízes responsáveis hoje pelas investigações poderão enviar os casos para a Justiça Eleitoral. Se não o fizerem, caberá às defesas dos envolvidos pedirem o envio.
Ela diz também que a anulação das condenações já feitas é improvável. “Existem argumentos pelos dois lados, mas a doutrina mais aceita no direito brasileiro é a de que não há essa possibilidade (de anular). O próprio STF, ao terminar o julgamento, deve fazer o que se chama de ‘modulação de efeitos’, determinando o que acontecerá ou não com os processos”, diz.
Há ainda uma outra questão envolvendo a Justiça Eleitoral: seus integrantes são trocados com mais frequência que aqueles da Justiça Comum. Os procuradores que atuam neste ramo do Judiciário, por exemplo, têm mandato com dois anos de duração.
Trocas também são frequentes nos tribunais eleitorais. Nos próximos sessenta dias, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicará dois integrantes que passaram a julgar casos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por exemplo.
Quais casos seriam afetados?
A maior parte dos inquéritos da Lava Jato que estão no STF têm origem nas delações dos executivos da empreiteira Odebrecht (janeiro de 2017) e do frigorífico JBS (maio de 2017). E, em muitos desses casos, as suspeitas envolvem o uso de supostas doações eleitorais como forma de pagar propina a políticos.
Há alguns casos derivados destas duas delações que estão na 1ª Instância da Justiça, no Paraná e em outros Estados.
Por isso, é possível supor que parte relevante desses casos possa ir para a Justiça Eleitoral.
Apesar disso, não é possível ainda saber exatamente quais casos serão enviados – pois isto depende da forma como o STF encaminhará a decisão. À BBC News Brasil, a força-tarefa da Lava Jato disse não ter levantado quantos processos seriam afetados, justamente por que esta informação “depende de como seria o encaminhamento dado pelo STF”.
O projeto Juventude e Cidadania, promovido pelo Instituto Rahamim com o apoio da Petrobras, entregou 130 certificados de conclusão de cursos profissionalizantes para a sua primeira turma em Laranjeiras, no Sergipe. O evento foi realizado nesta quinta-feira (14/3), no auditório da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no campus Laranjeiras. Na ocasião, também ocorreu o lançamento de outro projeto com o apoio da Petrobras, o Azahar: Flor de Laranjeiras, com foco em educação ambiental e racionalização do uso da água.
Jorge Henrique / Agência Petrobras
O gerente de Integração Regional e Relacionamento Comunitário, Gilberto Ribeiro de Carvalho, que representou a Petrobras no evento, ressaltou que o Juventude e Cidadania e o Azahar fazem parte do conjunto de projetos educacionais, em parceria com instituições de ensino, que a companhia irá desenvolver na região como contribuição para a população local em função da hibernação da Fafen-Sergipe, com investimentos de R$ 26 milhões entre 2019 e 2022. Para os dois primeiros projetos, a Petrobras está investindo cerca de R$ 3,5 milhões.
“São projetos que visam a atender às necessidades de Laranjeiras, inclusive da população de Bom Jesus e de Pedra Branca, comunidades mais próximas à nossa unidade”, explica Gilberto, ressaltando que os investimentos ainda estão no início. “Faremos investimentos em outros projetos sociais nos próximos quatro anos. A Petrobras espera deixar um legado em Laranjeiras, atuando principalmente na área de educação”.
A Petrobras manterá articulação com o poder público local e instituições de ensino para elaboração de estudos e definição dos próximos projetos a serem desenvolvidos na região.
Juventude e Cidadania Laranjeiras
O Juventude e Cidadania Laranjeiras é promovido pelo Instituto Rahamim, em parceria com Senac, e tem foco em educação e capacitação profissionalizante. A Petrobras está investindo R$ 1,5 milhão no projeto, que irá oferecer mais de mil vagas, ao longo de dois anos, em cursos para qualificar jovens e adultos para que possam desenvolver novos pequenos negócios em diversas áreas. Para esta primeira etapa, foram entregues 130 certificados de cursos profissionalizantes nas áreas de culinária, artesanato e beleza, entre outras.
Azahar: Flor de Laranjeiras
Para o apoio ao Azahar: Flor de Laranjeiras, a Petrobras assinou convênio com a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe (Fapese), em parceria com a Universidade Federal de Sergipe. Com investimentos de R$ 2 milhões, o programa terá duração de dois anos, será voltado para a educação ambiental e atenderá, prioritariamente, crianças, adolescentes e mulheres. O Azahar também irá desenvolver um estudo que possibilite ao município de Laranjeiras definir o melhor manejo da água da região.
Antonio Cruz / Agência Brasil
O governo federal pretende barrar a realização de concursos públicos considerados pela gestão como não essenciais. Por não exigirem a aprovação do Congresso, as regras serão editadas até o início de abril e terão efeito imediato.
Ontem, 13, a equipe de governo já anunciou uma medida que extingue 21 mil cargos, funções comissionadas e gratificações. A medida faz parte de uma pacote que visa enxugar a máquina governamental e inclui mais duas medidas que já estão sendo finalizadas.
Com relação ao concurso público, umas das medidas define critérios para a realização dos certames como a adoção de ações que promovam eficiência administrativa. Entre as regras, para conseguir a autorização para abrir vagas nos órgãos, será necessário o cumprimento de 12 etapas de exigências.
Nos últimos quatro dias, tem chovido com frequência na maior parte do Nordeste do Brasil. O calor e a alta umidade que predomina na Região, ventos úmidos que sopram do mar e a influência da ZCIT – Zona de Convergência Intertropical facilitam a formação de grandes núcleos de nuvens pesadas.
RitaE / Pixabay
Volumes elevados de chuva foram observados nas últimas 24 horas em algumas localidades, especialmente no Maranhão, Ceará, Sergipe e Alagoas. De acordo com o Inmet – Instituto Nacional de Meteorologia, o maior volume de chuva na Região entre 9h do dia 13/03 e 9h do dia 14/03 foi observado na cidade de Turiaçu, no Maranhão. Nesta localidade, foram registrados 88,8 milímetros de chuva. No mesmo período, em Fortaleza (CE), foram acumulados 66,8 milímetros e em Itabaianinha (SE) 43,2 milímetros. Aracaju registrou 31,6 milímetros e a quantidade de raios que chegaram ao solo até as 10h de hoje foi 08.
Chuva forte
A madrugada e o início desta manhã de quinta- feira (14) foi marcada por muita chuva em Sergipe. As áreas de instabilidade favoreceram o crescimento de nuvens carregadas que provocaram chuva forte. Na cidade de Poço Verde choveu entre 4h e 9h um total de 53 milímetros e em Frei Paulo 23,8 milímetros, conforme dados do CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.
Próximos dias
Para os próximos dias, uma massa de ar seco estará ganhando força pelo interior da Bahia e até domingo vai diminuir as condições de chuva também pelo interior de Pernambuco, em Sergipe e Alagoas.
A Polícia Civil detalha nesta sexta-feira, 15, as 8h30, as investigações que resultaram na prisão de um homem de 49 anos de idade, acusado de violentar a própria enteada, uma criança de oito anos de idade. O crime foi praticado na cidade de Carmópolis.
Na oportunidade, o delegado Wanderson Bastos estará presente e irá fornecer maiores detalhes sobre as investigações e prisão do acusado, que cometeu o crime na presença do irmão da vítima, outra criança.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da coordenadoria de Atenção Ambulatorial Especializada, informa que a Carreta de Barretos, Unidade cedida pelo Hospital do Amor, está no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) para a realização de mamografias em mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, conforme protocolo do Ministério da Saúde (MS) e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Para realizar o exame não é necessário agendamento prévio, basta comparecer ao local com RG, cartão do SUS e comprovante de endereço, das 8h às 17h, até o dia 22 de março. São disponibilizadas, diariamente, 30 vagas. Outras idades poderão fazer a mamografia desde que apresentem alguma alteração no exame clínico da mama ou no ultrassom.
SES / Divulgação
“Pelo curto período de tempo e por não ser uma ação programada, neste momento, estamos abrindo a exceção de não precisar de uma prescrição médica e um relatório. O importante é o rastreamento dessa mulher pela idade. Ela vai entrar nos indicadores de produção que serão levados, através do boletim de produção ambulatorial, para o Ministério da Saúde para que a gente tenha um indicador de atividade e o registro no Datasus, até para uma questão de perfil epidemiológico da Saúde. Ela não pode perder esse momento e nem a gente enquanto profissionais da área”, disse a coordenadora de Atenção Ambulatorial Especializada, Luciana Alves.
Os médicos e radiologistas da Unidade farão os laudos que serão encaminhados ao Caism. Os resultados ficam prontos em até 30 dias. Caso haja alguma alteração no exame a paciente será chamada para agendamento e acompanhamento dentro do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
“Elas não precisam se preocupar, nós vamos acompanhar tudo. O que não puder ser feito pelo Caism, a Unidade fixa de Barretos que está em Lagarto, fará esse auxílio de parceria. O que a gente não tem como a estereotaxia, por exemplo, a Unidade fixa tem. Se precisar nós vamos levar essa paciente até Lagarto para fazer o exame dela, através de um contato com a Secretaria Municipal de Saúde do município em que ela faz parte, e traze-la de volta. Então, a logística, de acordo com a alteração do exame, será montada para garantir a continuidade do atendimento dessa paciente”, reforçou a coordenadora.
Maria José dos Santos de 61 anos estava com a solicitação médica para agendar seu exame quando soube da Carreta. “Eu fiquei sabendo que a Carreta estava aqui no Centro de Atenção e ai eu vim hoje de manhã. Estou sendo muito bem atendida. Esse serviço é bom, porque demora para marcar pela internet e aqui é rápido, com certeza alcançou minhas expectativas”, disse.
Já Maria José Santos Silva de Jesus de 51 anos que reside em Pirambu conta que foi ao Posto de Saúde marcar o exame e soube da Carreta. “Lá a atendente me informou que essa Carreta estava aqui e eu aproveitei a oportunidade. O atendimento foi muito bom. Eu gosto de repetir meus exames todo ano porque a prevenção é muito importante, com o câncer de mama ninguém brinca”, contou.
O Ministério Público de Sergipe, por intermédio do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública, realizou audiência com os coordenadores de Delegacias da capital, Viviane Pessoa, e do interior, Jonathas Evangelista, para discutir a falta de delegados em algumas cidades do Estado.
A informação foi relatada pelo promotor de Justiça de Gararu, Francisco Ferreira de Lima Júnior, que também tem atribuição nos municípios de Canhoba, Itabi e Nossa Senhora de Lourdes. O promotor de Justiça pontuou que nas visitas realizadas no segundo semestre de 2018 não encontrou nenhum dos delegados nas unidades das quatro cidades, sendo que nas delegacias de Canhoba nenhum policial civil foi encontrado. Ainda de acordo com ele, a sala do cartório estava trancada e, segundo o militar responsável, pelo menos há 15 dias nenhum policial civil tinha comparecido àquela unidade.
O promotor de Justiça ressaltou que tramitam na Promotoria de Justiça de Gararu dois inquéritos civis que apuram a questão, um em relação à Delegacia de Canhoba e outro em relação à Delegacia de Gararu. Além disso, foi destacado pelo promotor de Justiça o estado de conservação dessas delegacias: mato alto e sujeira ao redor. Salientou que a falta de um delegado de forma regular, leva ao descrédito da instituição perante a sociedade e ao aumento na procura pela Promotoria de Justiça para formalização de reclamações relatando dificuldades em registro de ocorrências. “A persecução penal nos municípios em questão vem se restringindo aos casos de homicídio e violência doméstica, com pouquíssimas investigações referentes a outros delitos”, frisou Francisco Lima.
Celene Moraes / MPSE
O coordenador das Delegacias do interior, Jonathas Evangelista, disse que há uma lei que prevê a cumulação das funções pelos delegados do interior do Estado e são observadas as necessidades de cada município. Ele falou, ainda, que não possui policiais para manter a Delegacia aberta todos os dias, somente equipe para acompanhar os delegados. O coordenador ficou de encaminhar a lista atualizada de servidores e escala de atendimento dos delegados de Gararu, Nossa Senhora de Lourdes, Itabi e Canhoba.
Departamento de homicídios
Ainda na audiência, a coordenadora das Delegacias da capital, Viviane Pessoa, foi questionada pelo MP sobre a abrangência do departamento de homicídios com relação aos crimes tentados. Segundo Viviane, essa questão está sendo tratada com a coordenadora geral do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a delegada geral para que, ao menos, a equipe de local de crime já esteja escalada para ser acionada quando precisar. Ela completou que a distribuição dos inquéritos ainda está em tratativas com a delegada geral, para definir se todos os crimes tentados ficarão no DHPP ou apenas parte deles em critério a ser estabelecido.
Requisições ministeriais
Outro assunto abordado durante a audiência foram as requisições ministeriais. De acordo com a diretora do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública, a promotora de Justiça Cláudia Daniela de Freitas Silveira Franco, há várias falhas na remessa de documentos nos procedimentos eletrônicos, sendo frequente que, em atendimento a requisições ministeriais, estejam sendo encaminhados os documentos em autos apensos ao inquérito policial, em vez de nos autos principais. “Por exemplo, encaminhar um objeto apreendido nos autos de uma prisão temporária, sem fazer referência aos autos principais, remeter os autos de inquéritos concluídos sem vinculação com os autos incidentais. Isso gera vários pedidos de requisição ministerial com aparente descumprimento pelo delegado responsável; quando em verdade muitas vezes fora remetido para os autos em apenso, restou consignado que é importante uma orientação de serviço entre os delegados para observância dessa situação”, explicou a promotora de Justiça.
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