O governo de Sergipe e seus apoiadores na Assembleia Legislativa (Alese) não cansam de, em tão pouco tempo de gestão, maltratar ainda mais os já combalidos servidores públicos do Estado. Depois de humilhar a categoria com um ridículo reajuste salarial de 2,5%, a base aliada do Executivo aprovou, na tarde da quinta-feira (01), o Projeto de Lei 220/2023, que, a título de reestruturação do Ipesaúde, diminuiu o amparo dos seus usuários ao sistema estadual de saúde e aumentou o valor descontado do salário dos servidores.
O valor da alíquota descontada do salário do servidor do Estado variava de 0,7 a 2,5%. Com a aprovação do PL, o valor descontado será entre 2% e 4% a depender da idade dos conveniados. Levando-se em consideração a contribuição paga pelo titular, seus dependentes e ascendentes, os servidores terão que pagar um aumento de 50% na contribuição do Ipesaúde. Assim a proposta aprovada na Alese vai reduzir ainda mais o salário dos servidores do Estado, que foi achatado por dez anos sem reajuste.
Ou seja, o governador Fábio Mitidieri deu com uma mão um reajuste pífio aos servidores e, ainda assim, com a outra, já tirou a maior parte desse reajuste dos salários dos trabalhadores.
A medida atingirá duramente, também, os trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe – Coderse (antiga Cohidro), que são usuários do Ipesaúde, e demais usuários dos municípios sergipanos que firmaram convênio com o Instituto de Assistência à Saúde.
Como votaram os deputados
Apenas os deputados estaduais Paulo Júnior (PV), Linda Brasil (Psol), Georgeo Passos (Cidadania) e Marcos Oliveira (PL) pensaram nas dificuldades enfrentadas pelos servidores e votaram contra o Projeto do Executivo.
Além do governador Fábio Mitidieri, como chefe do Executivo, os deputados estaduais responsáveis pela aprovação de mais esse massacre aos servidores são: Adailton Martins, Áurea Ribeiro, Carminha Paiva, Cristiano Cavalcante, Doutor Samuel, Garibalde Mendonça, Kaká Santos, Lidiane Lucena, Luciano Bispo, Luciano Pimentel, Luizão Donatrampi, Maísa Mitidieri, Manuel Marcos, Marcelo Sobral, Netinho Guimarães, Neto Batalha e Pato Maravilha.
Se você é servidor público de Sergipe, anote mais essa maldade dos deputados estaduais sergipanos para cobrar deles e do governador nas próximas eleições.
Auditoria no Ipesaúde
O movimento sindical de Sergipe quer uma auditoria do Ipesaúde já. Tendo em vista que a justificativa do Governo para massacrar os servidores é o rombo no Ipesaúde de quase R$ 200 bilhões, o presidente da CUT/SE, Roberto Silva, acompanhou a sessão plenária e cobrou respostas sobre este rombo no Ipesaúde.
“O Governo de Sergipe quer destruir o Ipesaúde e vai fazer isso com a ajuda da maioria dos deputados da Alese. Com a redução da assistência e o aumento da cobrança, a tendência é que os servidores se descredenciem do Ipesaúde, o que pode acabar de vez com o Plano”, criticou Roberto Silva.
Coordenador geral do SINDIJUS, Jones Ribeiro questionou: “a quem interessa a destruição do Ipesaúde? Esse projeto só favorece a iniciativa privada e os planos de saúde particulares. Mitidieri e a maioria dos deputados estaduais vão sobrecarregar o SUS, no caso daqueles que não suportarão o aumento da alíquota, e beneficiarão os planos privados de saúde”, declarou Jones.
A Central Única dos Trabalhadores está convocando uma reunião em sua sede, em Aracaju, para a próxima quarta-feira (07), às 9h da manhã, com todos os sindicatos de servidores do Estado de Sergipe para definir os próximos passos da luta sindical em defesa dos servidores, do Ipesaúde e da transparência no uso de recurso público de Sergipe.
(Com informações do site da CUT/SE)
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