Atlético-MG

O Atlético informa que, em comum acordo, Gabriel Milito não é mais o técnico da equipe profissional. Em entrevista coletiva, o diretor de futebol Victor Bagy fez o comunicado após o jogo diante do Vasco, na noite desta quarta-feira (4/12). O profissional deixa o Galo juntamente com seus auxiliares.

Técnico Gabriel Milito
Atlético-MG|Divulgação

“Percebendo o cansaço e todo o esforço que ele fez nos últimos jogos, sem ter uma resposta efetiva, de resultados, conversamos que o cansaço mental, aliado aos resultados, nos fizeram a chegar a um consenso, tanto da parte dele e do clube, que não iremos continuar o trabalho”, afirmou o diretor.

Pelo Atlético, Gabriel Milito realizou 62 jogos, com 23 vitórias, 20 empates e 19 derrotas. Ele foi anunciado em 24 de março, tendo sido campeão mineiro (o quinto título seguido estadual do Atlético). A equipe chegou, de forma inédita, às finais da Copa do Brasil e Copa Libertadores no mesmo ano.

O Galo agradece Gabriel Milito e seus auxiliares pelo trabalho desenvolvido no Clube, dando votos de sucesso na continuidade de suas carreiras profissionais.

Assista à entrevista coletiva com Victor Bagy:

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“Venho aqui para comunicar a vocês que, depois de uma longa conversa no vestiário, na qual debatemos muito o nosso atual momento, conversei bastante com o Milito. Percebendo o cansaço e todo o esforço que ele fez nos últimos jogos, sem ter uma resposta efetiva, de resultados, conversamos que o cansaço mental, aliado aos resultados, nos fizeram chegar a um consenso, tanto da parte dele e do clube, que não iremos continuar o trabalho.

“Isso é com muita dor no coração, pois o Milito é um treinador muito envolvido, muito organizado, com grandes conceitos e grande caráter. Quando as coisas não caminham no futebol, às vezes é necessário mudanças de rota. Tanto ele, como a instituição, entenderam que não haveria mais cabeça e força para extrair o melhor dos atletas. Então, resolvemos finalizar o trabalho dele depois de hoje”.

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Entrevista após o comunicado

Pergunta: Para a gente entender melhor, o Atlético tinha avaliação positiva do trabalho do treinador, ao menos até a final da Libertadores. Qual o peso daquele jogo? E sobre o desgaste mental, esse é o principal motivo para o término em comum acordo?

Victor Bagy: “A sequência de resultados teve um peso. Conversamos depois do jogo em Buenos Aires para seguirmos nessa semana e avaliarmos ao fim da temporada. Infelizmente, com a derrota de hoje… O Milito é um treinador que se entrega muito, é muito intenso, e ele se esgota muito mentalmente quando as coisas não caminham. No entendimento dele, e na nossa percepção, isso gera uma barreira para ele seguir o trabalho e extrair o melhor de cada jogador”.

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Pergunta: Você falou do trabalho do Milito, que precisa de uma mudança de rota nesse momento, em virtude de dois títulos perdidos. Falta um jogo só, porque não esperar o fim do Brasileiro para anunciar a saída? E, nessa mudança de rota… Existem notícias de que vocês estavam querendo o Luis Castro, técnico português. Vocês pensam em técnico estrangeiro ou brasileiro? Qual a tendência?

Victor Bagy: “Infelizmente, no futebol, passamos por momentos como esse. Já vivenciei como atleta, agora como gestor, vivi com o Felipão, agora com Milito, com quem tenho uma relação muito boa. A ideia era avaliar o trabalho ao final da temporada. Mas, conversando ali, pós-jogo, foi perceptível o esgotamento do Milito, e o entendimento que não iríamos conseguir extrair mais performance do que estamos tendo. Mudança necessária, temos comissão técnica permanente da casa, Cristiano Nunes, Lucas Gonçalves… Profissionais que confiamos muito. Em relação a nomes, vamos avaliar. Temos um departamento de análise que faz um monitoramento constantemente. Já pedi que fizesse o levantamento das possibilidades. Não consigo adiantar agora, tem que ver aquele treinador que melhor se encaixa no perfil do futebol que pretendemos praticar no Galo. Você citou o Luis Castro, realmente um grande treinador, fez grande trabalho no Botafogo. É um momento de acelerarmos o planejamento do ano que vem, passando também pela busca de um treinador que tenha o perfil e a capacidade de extrair o melhor do atleta que temos e os que poderão chegar, eventualmente, para a próxima temporada”.