Há um mês, o senador Alessandro Vieira (Cidadania), antes de a matéria ser votada no Plenário do Senado, avaliou, ao ser entrevistado pelo Universo, o discurso da oposição, no sentido de a reforma “retirar do pobre para beneficiar o rico”. Entre outras depreciações, o senador foi acusado, hoje, pelo sindicalista Joel Almeida, filiado ao PT e diretor do Sintese, de ser “um Judas dos trabalhadores”.
“Primeiramente, é uma mentira (que a reforma retira do pobre para beneficiar o rico). Eu sou funcionário púbico estadual, em final de carreira. Hoje, pago uma alíquota de 13% e vou passar a pagar em torno de 20%. O cidadão que ganha um salario mínimo vai começar a pagar menos do que paga hoje. A alíquota dele cai e fica em torno de 7%. Existem pontos a serem tratados. A gente tem que ter a certeza textual que ninguém vai receber menos de um salário mínimo. Isso é importante porque isso afeta demais a economia e a vida das famílias. A gente precisa esclarecer mais esses números”, disse Alessandro Vieira quando concedeu a entrevista.
Ainda segundo ele, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, fala em R$ 1 trilhão, o grande mote dessa mudança que ele quer fazer é sinalizar para os mercados. “Ele quer gerar uma sinalização, e, com base nela, ter investimentos. Qualquer inteligência média vai perceber que ninguém vai fazer investimento sem saber qual vai ser o regime tributário do país”, disse o senador.
Na época, o senador disse ainda que “quem está apostando em uma simples aprovação de tudo como veio da Câmara, não vai ser assim. No Senado, vamos fazer uma análise – até porque grande parte dos senadores já passou pela experiência de ser gestor e sabe que as contas têm que fechar. Eles têm essa visão mais pragmática, e temos a possibilidade de fazer ajustes que eu acho que são necessários no texto”.
Sistema atual é insustentável
Já num artigo que assina, hoje, no site Congresso em Foco, o senador faz críticas à reforma, mas explica que votou favorável porque considera matematicamente necessária. De acordo com ele, todos os estudos econômicos sérios caminham no sentido de demonstrar que o sistema atual é insustentável e acumula déficits elevados e crescentes.
“Para que seja possível desenvolver e implantar políticas públicas consistentes, e que combatam de verdade a desigualdade gritante em nosso país, é preciso sanar o déficit público. É óbvio que várias outras medidas são necessárias e também urgentes, mas esta é fundamental, sem sombra de dúvida”, escreve. O senador ainda aponta questões, que segundo ele, têm raízes na grave situação do sistema político partidário brasileiro. Os detalhes estão no site Congresso em Foco.
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